9.02.2007

Da_religiao


Apesar de 99% dos meus posts têm a profundidade intelectual de um livro da Margarida Rebelo Pinto -só que obviamente melhor escritos :-), vou fazer um post serio, e sobre um tema bastante controverso, pelo menos neste blog. Dai esta nota introdutoria, para afimar que aquilo que em seguida se escreve, é exclusivamente a minha opinião, e provavelmente diferente da opinião de quem comigo partilha este espaço.

Apesar do meu ateismo convicto, há alguns anos que tenho um interesse por historia das religiões- que se tem manifestado muitas vezes por um desvio para assuntos mais ou menos perifericos, como o secretismo, os cátaros, os maçons, etc, e outros assuntos tão chatos tão chatos, que a sua simples menção é acompanhada de um rolar de olhos e um " nao tinha reparado nas horas!"

Aquilo que foi sempre um traço estrutural deste interesse foi o distanciamento histórico. Sei muito mais sobre o estabelecimento dos dogmas católicos no sec. 4 que sobre os rituais liturgicos hoje em dia.
E mesmo neste interesse pela historia das religiões, sempre me interessei menos pelo Islão que por outras religiões, mais proximas de mim culturamente. Todo o meu conhecimento se reduz à diferença entre Xiitas e Sunitas e mesmo assim upa upa..

E devo admitir, não sem alguma consternação, que parte do pouco que sei sobre o Islão hoje em dia e as suas diferentes expressões é atravessado por algum preconceito. Muçulmanos eram para mim, acima de tudo uma religião e uma cultura onde as mulheres são encaradas como inferiores, e adversa a noções basicas de democracia e igualdade. Talvez o facto de nunca ter tido contacto com muçulmanos contribua para isto, talvez a minha admiração pelo povo judaico me tenha levado a uma visão simplista e dicotomica.

Contudo, hoje em dia, grande parte do meu dia a dia passa-se em Tower Hamlets, parte de Londres onde existe a maior concentração de muculmanos, e onde na rua, mais de metade da população com quem me cruzo diariamente é muçulmana.
Isto levou-me a tentar perceber melhor este mundo.
acabei agora de ler The Islamist
Continuo sem perceber muito sobre a religião, mas admito que muito do meu preconceito está pouco a pouco a desaparecer.
Recomendo vivamente.
(Kokas e Sc, as vossas cópias já estão aqui)

1 comentário:

Kokas disse...

Ao ler este teu post não consegui controlar um sorriso (maroto) que teimava no canto da minha boca. Há uma lição que aprendi há cerca de dois anos: Há coisas que os livros jamais vão ensinar... Espero que o convívio com algo que te é diferente te mostre aquilo que páginas repletas de letras por vezes escondem!