11.18.2006
Solidão_2
Hoje senti a partida de alguém que não era meu.
E senti-o de uma forma estranha. Em especial porque o sentimento que nos unia era a pena... o pior dos sentimentos!
Senti a sua partida porque para mim significou, como há pouco me diziam, o «exemplo acabado da solidão». Aquilo que todos tememos, aquilo que todos sentimos.
Sei que a minha atitude até pode parecer um bocado hipócrita. Nunca lhe liguei em vida e, de repente, marco presença no momento da despedida. Mas fi-lo porque realmente senti.
Tive pena, tenho respeito, terei a memória.
Já agora, nunca tive oportunidade de lhe dizer, mas muito obrigado por aquilo que me ensinou... dentro e fora da Academia.
11.17.2006
11.16.2006
Eu te amo_2
Não é segredo para ninguem que esta música representa para mim aquele que eu recordo como o periodo mais feliz da minha vida.
Eu pelo menos com o periodo em que o amor não era uma coisa dolorosa, e a solidão uma possibilidade inexistente.
O periodo em que eu senti, pela unica vez, que era mais do que eu propria. Que a minha realidade era fruto do encontro de duas pessoas. Eu e ele.
Como toda a gente tambem sabe (e por toda a gente entenda-se as duas pessoas que leêm este blog) as coisas não resultaram, em grande parte por culpa da minha extrema necessidade de me provar capaz de ser feliz independentemente de qualquer outra pessoa. Ou seja.... fruto da minha jovem idade, e da arrogância naturalmente a ela associada.
Mas percebo hoje que mais importante que ser feliz, é ter a percepção que se é ou se pode ser feliz. E eu sou feliz hoje, nem que seja com o facto de saber reconhecê-la.
E no fim disto tudo, o chico continua, e esta música, que me leva a tempos em que era mais dificil ser eu. Mas igualmente divertido.
Eu te amo
Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir
Ah, se ao te conhecer
Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir
Se nós nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios ainda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair
Não, acho que estás te fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir.
Chico Buarque
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir
Ah, se ao te conhecer
Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir
Se nós nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios ainda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair
Não, acho que estás te fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir.
Chico Buarque
11.15.2006
11.12.2006
Origens_1
Uma das coisas que sempre me chateou foi não ter «terra». Nos fins-de-semana, nos feriados, nas férias grandes (ou pequenas) todos os meus amigos iam para a terra, menos eu. Agora, como o tempo escasseia a todos, a questão já não é tanto ir à terra, mas ter memórias, lembranças desse local simbólico... a «terra».
A minha família, para aí há 4 gerações, é da zona de Lisboa. Logo, quando me perguntam de onde és respondo: «De Lisboa!». Não contentes voltam a perguntar: «Não é isso, de onde és? Qual é a tua terra?» ... Sem grande imaginação, volto a responder «De Lisboa!»
É porque a minha mãe e os meus avós nasceram mesmo em Lisboa. O meu pai, esse foi nascer ao Zaire por engano, mas nem isso me dá direito a ter uma «terra».
Conclusão: sinto-me socialmente pressionada a adoptar uma «terra». Daquelas que tenham montes e vales, água cristalina e planicies verdejantes, animais de todos os géneros e feitios e, principalmente, onde façam aquelas coisas boas para comer que só podemos trazer da «terra»... aliás, foi esse o início da conversa!
A minha família, para aí há 4 gerações, é da zona de Lisboa. Logo, quando me perguntam de onde és respondo: «De Lisboa!». Não contentes voltam a perguntar: «Não é isso, de onde és? Qual é a tua terra?» ... Sem grande imaginação, volto a responder «De Lisboa!»
É porque a minha mãe e os meus avós nasceram mesmo em Lisboa. O meu pai, esse foi nascer ao Zaire por engano, mas nem isso me dá direito a ter uma «terra».
Conclusão: sinto-me socialmente pressionada a adoptar uma «terra». Daquelas que tenham montes e vales, água cristalina e planicies verdejantes, animais de todos os géneros e feitios e, principalmente, onde façam aquelas coisas boas para comer que só podemos trazer da «terra»... aliás, foi esse o início da conversa!
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