11.12.2006

Origens_1

Uma das coisas que sempre me chateou foi não ter «terra». Nos fins-de-semana, nos feriados, nas férias grandes (ou pequenas) todos os meus amigos iam para a terra, menos eu. Agora, como o tempo escasseia a todos, a questão já não é tanto ir à terra, mas ter memórias, lembranças desse local simbólico... a «terra».
A minha família, para aí há 4 gerações, é da zona de Lisboa. Logo, quando me perguntam de onde és respondo: «De Lisboa!». Não contentes voltam a perguntar: «Não é isso, de onde és? Qual é a tua terra?» ... Sem grande imaginação, volto a responder «De Lisboa!»
É porque a minha mãe e os meus avós nasceram mesmo em Lisboa. O meu pai, esse foi nascer ao Zaire por engano, mas nem isso me dá direito a ter uma «terra».
Conclusão: sinto-me socialmente pressionada a adoptar uma «terra». Daquelas que tenham montes e vales, água cristalina e planicies verdejantes, animais de todos os géneros e feitios e, principalmente, onde façam aquelas coisas boas para comer que só podemos trazer da «terra»... aliás, foi esse o início da conversa!

Sem comentários: